Essa nova Psicologia, que estamos desenvolvendo, e que lida com a Reencarnação, está alinhada às concepções reencarnatórias e chama-se Psicoterapia Reencarnacionista. Ela não vem para combater a Psicologia tradicional ou para destruí-la e, sim, para abrir suas fronteiras, do nascimento para trás, rumo ao nosso passado transpessoal, e do desencarne para a frente, rumo às nossas encarnações futuras. É a expansão da Psicologia tradicional, dessa vida apenas, herdeira do Consciente Coletivo não reencarnacionista, originado nas concepções religiosas dominantes no Ocidente.
E é aí que estamos indo, seguindo a orientação do Dr. Freud. Entrando no Inconsciente das pessoas encontra-se a Reencarnação. Isso é religião? Não, isso é pesquisa científica, isso é a emergência de uma nova Psicologia e uma nova Psiquiatria.
A Psicoterapia Reencarnacionista não deve ser confundida com a Regressão Terapêutica, que é uma técnica utilizada para desconectar as pessoas de situações traumáticas do seu passado que ainda estão acontecendo em seu Inconsciente, originando sintomas, principalmente os casos de fobias, transtorno do pânico e as depressões severas, que podem ser, desse modo, melhorados muito ou até curadas rapidamente. Não devemos confundir a Psicoterapia Reencarnacionista com a Regressão Terapêutica: aquela é uma Escola de Psicologia, essa é uma técnica. A Regressão para a Psicoterapia Reencarnacionista visa, além disso, ajudar as pessoas a perceberem se vêm aproveitando ou não as suas encarnações nos últimos séculos e saber para o que vêm reencarnando e para o que reencarnaram dessa vez.
Pouquíssimas pessoas têm uma ideia clara, ou mais ou menos clara, sobre o objetivo da vida e raríssimas têm a noção do que estão fazendo aqui. A maioria vive como se vivesse em um labirinto, perdida numa névoa escura, rodeando o tempo todo, sem saber se vai por esse ou aquele lado, simplesmente porque não sabe quem realmente é, o que está fazendo aqui e para onde deve ir. Viver desse modo é como se você fosse a um supermercado sem saber o que quer comprar e, então, após algum tempo de perambulação pelos corredores, compraria qualquer coisa e ir-se-ia. Viver sem saber quem é e o que é isso que se chama “vida” é a mesma coisa: você perambula pelos corredores, sem comprar nada de que realmente precise e, no final, vai-se. Ou compra coisas que não precisa.
Temos hoje em dia uma Medicina que não consegue realmente curar, apenas paliar, pois acredita que as doenças iniciam no nosso corpo físico e devem ser curadas nele, quando na verdade elas iniciam em nossos pensamentos e sentimentos, e esses é que devem ser tratados e curados. Temos uma Psicologia que lida com um “início” na infância e um equívoco que é a formação da personalidade, quando na verdade nós somos um Ser (Espírito) retornando para a Terra, trazendo a nossa personalidade das encarnações passadas (Personalidade Congênita). Temos uma Psiquiatria que acredita que a doença está no cérebro e deve ser tratada com medicamentos químicos, quando a doença mental é imaterial e causada ou fortemente influenciada por ressonâncias de nossas encarnações passadas e em influenciações negativas de seres desencarnados (obsessores).
Uma das constatações nas sessões de regressão é que, independentemente desses fatores relativos à sua “casca”, as pessoas regredidas referiam uma maneira de ser, de pensar, de sentir, muitíssimo parecida encarnação após encarnação, e como ainda hoje! Ou seja, uma pessoa autoritária, agressiva, era assim nas suas encarnações passadas, alguém tímido, medroso, se vê assim lá atrás, uma pessoa magoada, com sentimentos de rejeição e abandono enxerga-se dessa maneira em suas encarnações passadas, alguém deprimido já era deprimido há séculos, e isso não aparece em uma ou outra pessoa, isso demonstra-se sempre, em todas as sessões de regressão. Nós, psicoterapeutas reencarnacionistas, escutamos, durante as regressões, histórias de pessoas que estão há centenas de anos reencarnando para melhorar essas características negativas, com um resultado muito pequeno, repetindo sempre o mesmo padrão, e que, hoje em dia, são ainda extremamente parecidos como eram! Nós reencarnamos para melhorar as nossas tendências inferiores mas se avaliarmos o quanto temos conseguido melhorar isso em nós nessa atual encarnação, podemos fazer uma projeção semelhante para nossas últimas encarnações.
Mas isso não é de ficar-se admirado, pois se somos um Ser imortal que muda apenas de “casca” de uma encarnação para outra, o óbvio não é, então, que mantenham-se as nossas características de personalidade de uma vida terrena para outra? A essa personalidade que é nossa, que vem nos acompanhando encarnação após encarnação, chamamos de Personalidade Congênita, e aí começa a estruturar-se a Escola de Psicoterapia Reencarnacionista. Esse termo encontra-se em “Obreiros da Vida Eterna”, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, em uma palestra do Dr. Barcelos, psiquiatra desencarnado, no Nosso Lar, páginas 32-34, quando ele diz:
”Precisamos divulgar no mundo o conceito moralizador da Personalidade Congênita, em processo de melhoria gradativa, espalhando enunciados novos que atravessem a zona de raciocínios falíveis do homem e lhe penetrem o coração, restaurando-lhe a esperança no eterno futuro e revigorando-lhe o ser em suas bases essenciais. As noções reencarnacionistas renovarão a paisagem da vida na crosta da Terra, conferindo à criatura não somente as armas com que deve guerrear os estados inferiores de si própria mas também lhe fornecendo o remédio eficiente e salutar… Falta aos nossos companheiros de Humanidade o conhecimento da transitoriedade do corpo físico e o da eternidade da vida, do débito contraído e do resgate necessário, em experiências e recapitulações diversas… Faltam às teorias de Sigmund Freud e seus continuadores a noção dos princípios reencarnacionistas e o conhecimento da verdadeira localização dos distúrbios nervosos, cujo início muito raramente se verifica no campo biológico vulgar, mas quase que invariavelmente no corpo perispiritual preexistente, portador de sérias perturbações congênitas, em virtudes das deficiências de natureza moral, cultivadas com desvairado apego, pelo reencarnante, nas existências transcorridas”.
Essa frase inicial – “Precisamos divulgar no mundo o conceito moralizador da Personalidade Congênita.” – é a finalidade da existência da Psicoterapia Reencarnacionista, a sua meta e objetivo.
A evolução espiritual do ser humano é lenta porque, a cada encarnação, temos a sensação ilusória de que estamos vivendo uma “vida” e que tudo que temos de inferior em nossa personalidade e sentimentos foi criado na infância pelos “vilões”. Aliás, devíamos mudar o termo vida para passagem, nascimento para chegada e morte para subida, que são mais reais. E, então, uma das finalidades da Escola de Psicoterapia Reencarnacionista é auxiliar as pessoas a recordarem-se de que somos Espíritos eternos, passando mais uma vez por aqui, que essa vida é apenas mais uma passagem, que descemos do Plano Astral e, um dia, vamos subir para lá de novo. E depois continuaremos a descer e a subir, descer e subir, descer e subir, até ficarmos puros, para o padrão terreno. E então continuaremos nossa trajetória no Plano Astral, depois no Plano Mental, e assim gradativamente, até, um dia, voltarmos para o Todo.
O trabalho principal do psicoterapeuta reencarnacionista é auxiliar a pessoa em tratamento a recordar-se da busca da evolução espiritual, da purificação. Deve ajudá-la a aproveitar essa atual passagem, a fazer uma releitura de sua infância a partir dos princípios reencarnacionistas, a entender porque nos reencontramos com seres com os quais trazemos conflitos de encarnações passadas, por que necessitamos passar por situações aparentemente negativas, desagradáveis, a Lei do Retorno, etc. Essas descobertas e constatações é o que pretendemos transmitir, e esperamos que nossas reflexões sobre o conflito entre o nosso Eu Real (a Essência) e as ilusões do nosso eu temporário (a persona atual), ajudem as pessoas a encontrarem-se consigo mesmas e assumirem com mais confiança e determinação o objetivo final de todos nós: a evolução espiritual. Nada disso é novidade para os espíritas e para todos que acreditam na Reencarnação, mas agora essas questões estão sendo colocadas como uma psicoterapia.
A Psicoterapia Reencarnacionista, uma psicologia baseada na Reencarnação, veio para ajudar a nos libertarmos das ilusões e das fantasias terrenas e a nos apegarmos firmemente aos aspectos realmente absolutos e eternos do nosso Caminho. Ao seu tempo, essa visão reencarnacionista ajudará a Psicologia oficial a libertar-se das suas amarras e os psicólogos e os psiquiatras que acreditam na Reencarnação não precisam mais ater-se a uma visão que analisa a vida de seus pacientes apenas a partir da infância, pois essa nova Escola aí está, ao acesso de quem se interessar, os Cursos estão abertos, já existem livros, agora é uma questão de tempo. Em breve haverá duas Psicologias: uma que lida com essa vida apenas, para os profissionais que não acreditam na Reencarnação, a ser utilizada nas pessoas que também não lidam com isso, e uma que lida com a vida eterna, que é a Psicoterapia Reencarnacionista, baseada na Reencarnação, para quem acredita nela. É uma questão de coerência.
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